O plano de contenção de sombreamento na faixa de areia da
praia e em toda extensão da orla de Vila Velha, ainda sem empreendimentos
imobiliários, apresentado pela Prefeitura ao Ministério Público Federal, foi
aprovado pela Justiça Federal. No plano apresentado foram apontados limites
máximos que as novas construções devem respeitar, para que os projetos sejam
aprovados na Prefeitura. Com isso, a Prefeitura obteve sucesso e extinguiu uma
Ação Civil Pública desfavorável ao munícipio e uma discussão de décadas por
inércia administrativa.
Além disso, caberá às construtoras apresentar estudo de
sombreamento elaborado no mínimo com gráfico de projeção da sombra, indicando
qual programa foi utilizado, acompanhado de relatório fotográfico da edificação
na faixa de praia com projeto da planta da área e Anotação de Responsabilidade
Técnica do estudo, ART ou RRT, sendo auto declaratório e de total
responsabilidade das empresas a confecção do estudo.
Além de metragem, os projetos deverão respeitar outra regra.
Só será admitida projeção de sombra na orla após às 16h, no sol de inverno ou
quando a sombra provocada estiver completamente contida dentro de sombra já
projetada por edificações vizinhas ou elementos naturais.
No trecho entre a Praia da Sereia, na Praia da Costa, e a
praia de Coqueiral de Itaparica, as alturas ficam limitadas entre 7 e 10
metros. Da Barra do Jucu até Nova Ponta da Fruta, o limite de altura de novos
empreendimentos será variado entre 18 metros na segunda quadra da praia, 30
metros na terceira quadra da praia e 42 metros a partir da quarta quadra da
praia, não podendo fazer sombras na faixa de areia antes das 16h, durante sol
de inverno.
Além disso, todos os novos empreendimentos ficarão condicionados
a realizar um plano de recuperação da restinga na área de influência direta do
empreendimento, quando da aprovação do licenciamento.
Para o prefeito Arnaldinho Borgo, o plano deixa claro o
compromisso da gestão municipal em encerrar a discussão, diminuindo impactos
negativos com redução de incidência solar com proteção ao meio ambiente e
também receber novos investimentos de forma equilibrada e ordenada, uma vez que
a Ação Civil Pública realizava esse impedimento legal até a apresentação por parte
do município desse problema.
“Nosso plano foi homologado porque mostra a capacidade de
compromisso da gestão em colocar em prática instrumentos que irão disciplinar o
uso dos espaços de forma sustentável e de interesse coletivo. Não temos como
resolver o passado, porque está consolidado, por mais que tenha sido mal
planejado, mas em 16 meses de gestão fazemos nossa parte e abrimos a cidade
para novos investimentos”, comentou o prefeito.