O primeiro mês do ano é marcado por um novo tom: o branco. A campanha Janeiro Branco, idealizada em 2014 por psicólogos brasileiros, busca refletir sobre a necessidade de cuidados com a saúde mental, destacando a importância do diálogo aberto sobre questões emocionais e psicológicas.

Neste contexto, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) alerta para duas condições que impactam negativamente a qualidade de vida das pessoas idosas: a doença de Alzheimer e a depressão. A primeira está presente em cerca de 1,2 milhão de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer. Realizada em 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (PNS) apontou que 13,2% dos idosos brasileiros de 60 anos ou mais apresentaram sintomas de depressão.

A doença de Alzheimer, forma mais comum de demência, é uma condição que causa perda de memória, linguagem e outras habilidades cognitivas. A doença, que não possui cura, é progressiva, o que significa que os sintomas pioram com o tempo. Por sua vez, a falta de prazer na vida e de interesse em algumas atividades, são alguns dos sinais de depressão nas pessoas idosas.

De acordo com o geriatra da SBGG, Dr. Ivan Aprahamian, o tabu da saúde mental prejudica ainda mais o diagnóstico e a saúde dessa população. As pessoas ainda consideram as questões da saúde mental como algo que pode ser uma fraqueza de caráter ou de personalidade. Além disso, ele alerta para os aparecimentos dos sintomas destes transtornos mentais nas pessoas idosas: isolamento social, perda da cognição, da memória recente e do senso de localização, são alguns exemplos.

O geriatra também comenta a necessidade de buscar ajuda nestas situações. “Ela é fundamental para se ter um diagnóstico estruturado e um planejamento adequado. Lembrar que ambas as doenças são altamente impactantes em termos de perda de dias úteis. Diagnósticos muito delicados, como no caso do Alzheimer e da depressão, exigem um planejamento não só do paciente, mas da família. Há medicações que podem ser realmente necessárias e, muitas vezes, a ajuda profissional desencadeia outros suportes e tratamento multiprofissional”.

Por fim, o Dr. Ivan completa sobre alguns fatores essenciais para a sociedade e para as famílias que podem contribuir para a prevenção e cuidado da saúde mental do público idoso. “A gente tem que integrar melhor a pessoa idosa dentro da nossa sociedade, independente de diferenças etárias. Temos que pensar que ela é um adulto, então ela tem que ser ativa, tem que ter uma rotina no seu dia a dia. Além disso, incentivar bons hábitos de vida, porque isso, obviamente, vai ser um norteador de prevenção de inúmeras outras doenças”.

Sobre a SBGG

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.