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Saúde

Lipedema: pouco conhecida, condição atinge cerca de 12% das mulheres

Caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura no corpo, especialmente nas pernas, condição pode ser confundida com a obesidade

Publicada em 05/09/23 às 07:11h

Web TV e Rádio Nacional com Brasil 61


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Lipedema: pouco conhecida, condição atinge cerca de 12% das mulheres
 (Foto: Brasil 61)

Você já ouviu falar de Lipedema? O problema de saúde atinge cerca de 12% das mulheres brasileiras. Ele é caracterizado pelo acúmulo anormal de gordura no corpo, especialmente nas pernas. A condição costuma surgir na puberdade, ainda não tem suas causas conhecidas pelos especialistas e chega a ser confundida com a obesidade. Entre os sintomas estão dor, inchaço e o surgimento de hematomas na região, além da redução da mobilidade quando está em um grau mais avançado.

A gordura do lipedema é diferente da obesidade, pois tende a formar nodulações no subcutâneo com fibrose em volta da gordura, além de ter componentes inflamatório e vascular importantes —  o que explica por que a gordura do lipedema dói e os vasos sanguíneos nas pernas rompem facilmente, causando hematomas.

Uma das características da condição é a dificuldade de perder essa gordura acumulada nas regiões afetadas, como explica a diretora do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a endocrinologista Cynthia Valério. “É um tecido adiposo que normalmente tem uma característica diferente da gordura dos outros locais, porque ele é infiltrado por uma matriz extracelular e tem mais tecido conjuntivo, e com isso, os adipócitos, as células de gordura, ficam presas lá e com uma maior dificuldade de resposta aos tratamentos clínicos de perda de peso”, elucidou.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é clínico, e nem sempre é fácil. A advogada Laura Braga tem 49 anos e, desde a primeira menstruação, aos 12 anos, observou que suas pernas engrossaram de forma desproporcional. Com o passar do tempo, sintomas como dor, sensibilidade e hematomas a fizeram a buscar ajuda médica  — e só aos 48 anos recebeu o diagnóstico da condição. 

“É bem complicado você arrastar essa situação, você posteriorizar essa situação, pois ela pode trazer muitos malefícios, como a questão da mobilidade, a questão estética, porque você sempre está incomodado com aquilo, com aquelas pernas inchadas, com aquelas pernas desproporcionais, grossas demais, sempre doloridas”, conta.

No início deste ano Laura começou a tratar o problema e tem sentido melhoras. Embora a condição não tenha cura, encontrar o tratamento recomendado com a ajuda de um especialista pode colaborar muito para que o paciente tenha mais qualidade de vida, com o alívio dos sintomas. Esse tratamento é multifatorial, como explica o doutor em endocrinologia clínica, Flavio Cadegiani. 

“A dieta e atividade física são partes primordiais, mas são insuficientes, mas precisam fazer parte, sem os dois não tem como. Aí, drenagens, massagens constantes, porque precisa regular, porque é com o tempo que vai se desfazendo um pouco do lipedema secundário. Dieta anti-inflamatória, então uma dieta mais específica com alimentos anti-inflamatórios. Às vezes o uso de anti-inflamatórios naturais em doses mais elevadas e até vasodilatadores”, 

Para um tratamento completo, é recomendado o acompanhamento do paciente por clínico, cirurgião vascular, nutricionista, educador físico e fisioterapeuta.




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