A Fiocruz divulgou uma nova edição do Boletim InfoGripe. O destaque da atualização continua para o crescimento de casos de rinovírus nas faixas etárias de 2 a 4 e de 5 a 14 anos de idade, principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 33, de 13 a 19 de agosto, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 21 de agosto.
Em relação aos casos gerais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país, detectou-se sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas), mas de aumento na de curto prazo (últimas três semanas).
Já para os vírus da influenza A, Sars-CoV-2 (Covid-19) e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o coordenador do InfoGripe Marcelo Gomes atesta que a situação, até o momento, continua de relativa estabilidade, com queda ou estabilização em um patamar relativamente baixo na maioria dos estados. No entanto, reforça a importância da vacinação:
“A vacinação continua extremamente recomendada. Devemos aproveitar que as vacinas da gripe e da Covid ainda estão disponíveis nos postos de saúde, são gratuitas e continuam protegendo especialmente contra as formas graves das doenças como forma de proteção em caso de retomada do crescimento do vírus”, afirma o pesquisador.
Estados e capitais
Nesta atualização, três estados apresentaram sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Espírito Santo, Roraima e São Paulo. Em Roraima, os casos estão majoritariamente localizados nas crianças de até dois anos de idade.
Já nos dois estados da região Sudeste, o aumento se concentra nas faixas de 2 a 4 e de 5 a 14 anos de idade. O crescimento nesse grupo também se destaca nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possivelmente associado ao rinovírus.
Entre as capitais, oito registraram crescimento no número de casos: Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Em Natal, Porto Alegre, Salvador e São Paulo o foco está nas faixas etárias de 2 a 4 e 5 a 14 anos de idade, embora na capital gaúcha também se observe crescimento no grupo a partir de 65 anos. Boa Vista e Porto Alegre apresentam aumento de ocorrências nas crianças de até dois anos de idade.
Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (3,8%) , influenza B (1,2%), vírus sincicial respiratório (20,4%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (25,1%).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (4,4%), influenza B (4,4%), vírus sincicial respiratório (10,3%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (54,4%).
Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 124.430 casos de SRAG, sendo 48.316 (38,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 61.153 (49,1%) negativos, e ao menos 8.086 (6,5%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 9,1% são Influenza A, 4,8% Influenza B, 40,3% vírus sincicial respiratório (VSR), e 30,4% Sars-CoV-2 (COVID-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 3,8% para influenza A, 1,2% para influenza B, 20,4% para vírus sincicial respiratório, e 25,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19).