A Fiocruz divulgou o Boletim InfoGripe referente à Semana Epidemiológica (SE) 32, do período de 6 a 12 de agosto. Apesar do cenário permanecer estável em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) de maneira geral, houve um aumento no número de casos e internações nas faixas etárias de 2 a 4 e de 5 a 14 anos de idade nos estados do Espírito Santo, Bahia, Paraná e São Paulo, além da capital Natal (RN), possivelmente causado pelo rinovírus. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 de agosto.
Segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, houve detecção de um caso da variante EG.5 (Covid-19) no Brasil (17/8), no estado de São Paulo. No entanto, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes destaca a manutenção de queda ou estabilização de casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19). "A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para Covid. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente para as formas graves da enfermidade", afirma. Ele ressalta que é importante os estados manterem os fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no território nacional.
Na situação nacional, há sinal de queda nas ocorrências de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento na de curto prazo (últimas três semanas). As exceções ficam para o Espírito Santo e Roraima, estados nos quais se percebe um aumento também na tendência de longo prazo.
Há queda nas ocorrências de influenza A e de vírus sincicial respiratório (VSR) na maioria dos estados, mas o boletim faz um alerta para o rinovírus entre as crianças. “Constatamos um aumento no número de novos casos semanais e internações de pessoas de 2 a 4 anos e 5 a 14 anos de idade nos estados do Espírito Santo, Bahia, Paraná e de São Paulo, além de Natal (RN). Os dados laboratoriais sugerem, até o momento, que o crescimento neste grupo esteja associado ao rinovírus, e não à Covid ou ao vírus da influenza”, observa Gomes.
Estados e capitais
Como citado previamente, os estados do Espírito Santo, Bahia, Paraná e São Paulo apresentam uma intensificação de novos casos nas faixas de 2 a 4 e 5 a 14 anos, provavelmente associados ao rinovírus. Em Roraima, o crescimento está concentrado nas crianças até 2 anos de idade.
Já no Acre, observa-se uma manutenção de volume expressivo de novos casos semanais de SRAG, mas com interrupção no aumento. No Rio de Janeiro, o cenário no estado e na capital não sugere aumento, apenas pequenas oscilações
Em relação às capitais, quatro delas apresentam alta de casos: Belém (PA), Boa Vista (RR), Natal (RN) e Porto Alegre (RS). Em Porto Alegre e Boa Vista, o sinal se concentra nas crianças até 2 anos de idade, com ligeiro aumento na população a partir de 65 anos na capital gaúcha. Já em Natal, a concentração fica nas faixas etárias de 2 a 4 e de 5 a 14 anos de idade, possivelmente ligada ao rinovírus.
Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (5%); influenza B (2,5%); vírus sincicial respiratório (25,2%); e Sars-CoV-2/Covid-19 (22,3%).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (9,2%); influenza B (6,6%); vírus sincicial respiratório (10,5%); e Sars-CoV-2/Covid-19 (52,6%).
Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 121.214 casos de SRAG, sendo 47.134 (38,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 59.248 (48,9%) negativos, e ao menos 8.168 (6,7%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 9,2% são influenza A; 4,9% são influenza B; 40,7% são vírus sincicial respiratório (VSR); e 30,6% são Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas 4 últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 5% influenza A; 2,5% influenza B; 25,2% vírus sincicial respiratório; e 22,3% Sars-CoV-2 (Covid-19).