Divulgado nesta sexta-feira (2/9), o novo Boletim InfoGripe destaca o aumento recente no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes de zero a 17 anos. Nas primeiras semanas de agosto, em diversos estados do país, a taxa de crescimento foi maior na faixa de 5 a 11 anos. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 34, período de 21 a 27 de agosto, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 29 de agosto.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, explica que dados laboratoriais ainda não permitem inferir com clareza o vírus associado a este aumento. Em alguns estados das regiões Sul e Centro-Oeste há indícios de predomínio de rinovírus no público de cinco a 11 anos para as semanas recentes, porém ainda são dados preliminares.
“Por se tratar de crescimento restrito ao público infantil e temporalmente associado ao retorno às aulas após as férias escolares, o cenário atual reforça a importância de cuidados mínimos como boa ventilação das salas de aula e respeito ao isolamento das crianças com sintomas de infecção respiratória para tratamento adequado e preservação da saúde da família escolar”, destaca Gomes.
Na população em geral, o estudo mostra um cenário positivo: queda na tendência de longo (últimas seis semanas) e estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). A curva nacional segue em estabilização para patamar similar ao mantido em abril de 2022, o mais baixo desde o início da epidemia de Covid-19 no Brasil.
Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária seguem apontando para amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2, especialmente na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,6% para influenza A; 0,3% para influenza B; 5% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR); e 71,8% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1% para influenza A; 0,7% para influenza B; 0,3% para VSR; e 95,7% Sars-CoV-2 (Covid-19).
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, apenas Acre, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Roraima e São Paulo apresentam crescimento na tendência de longo prazo até a SE 34. Em todos esses estados, o aumento recente se concentra no grupo de zero a 17 anos de idade, não sendo observado na população adulta.
O Boletim ainda aponta que sete das 27 capitais apresentam crescimento na tendência de longo prazo até a SE 34: Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Palmas (TO), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES) - embora na maioria isso seja compatível com o cenário de oscilação. Nas demais, o sinal é de queda ou estabilidade na tendência de longo prazo, e de estabilidade nas três semanas recentes.