Em vista dos recentes episódios de violência em instituições de ensino no Brasil, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu uma nota técnica direcionada a Promotores e Promotoras de Justiça para orientá-los em sua atuação na proteção de estudantes, professores, funcionários e toda comunidade escolar, seja das redes pública ou privada do Estado.
A nota é assinada pelos Coordenadores dos Centros de Apoio Operacional (CAOs)
de Defesa da Infância e Juventude, Defesa da Educação, Atuação Criminal, Defesa
da Cidadania, Defesa do Consumidor, Defesa Social e Controle Externo da
Atividade Policial, Defesa da Saúde, Defesa do Meio Ambiente e Defesa do
Patrimônio Público e Terceiro Setor.
Entre as
orientações aos membros, estão a de comunicar alguma notícia suspeita às
autoridades policiais locais com atribuições, para a apuração e repressão dos
fatos, e também ao Núcleo de Inteligência do MPPE (NIMPPE), para fins de
articulação e checagem de veracidade com os órgãos de inteligência.
O documento sugere que seja acompanhado o desdobramento da ocorrência junto à
comunidade escolar local e à rede de proteção, para que seus respectivos
integrantes adotem as medidas cabíveis. Caso haja indicativo da participação de
aluno(a), a orientação é no sentido de buscar com a escola informações
específicas bem como, em caso de ato infracional, analisar a necessidade de medidas
de proteção e, conforme a gravidade do ocorrido, a representação do adolescente
e requerimento de internação provisória. A nota contempla ainda a adoção de
medidas preventivas e de responsabilização, quando necessário, para preservação
da imagem e dos dados pessoais dos envolvidos, em observância aos preceitos do
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Outras diretrizes veiculadas no documento contemplam: estímulo a não divulgação
de fotos, vídeos ou outras informações para conter o efeito contágio e a
retirada de páginas da internet que incitem violência; divulgação dos canais de
denúncias disponibilizados; e adoção de medidas que busquem induzir a política
de paz nas escolas e resguardar a integridade de toda a comunidade escolar.
A sugestão dos Centros de Apoio é a instauração, pelas Promotorias de Justiça,
de procedimento para acompanhamento da situação e das políticas públicas
relacionadas, conforme o caso, e outras medidas julgadas pertinentes pelo
membro.