O impacto da guerra na Ucrânia sobre milhares de crianças foi discutido numa reunião do Conselho de Segurança nesta quinta-feira, em Nova Iorque. Até o momento, 100 menores perderam a vida no país.
Na semana passada, um ataque a uma escola que abrigava ucranianos que fogem da violência foi condenado pela ONU e outras organizações internacionais.
Crianças fora da escola
No Conselho de Segurança, discursaram a vice-líder de Assistência Humanitária das Nações Unidas, Joyce Msuya, e o vice-chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Omar Abdi.
Segundo ele, o número de crianças feridas no conflito e vítimas de violações de direitos humanos pode ultrapassar uma centena.
Omar Abdi disse que o sistema educacional na Ucrânia também está sob ataque. Desde fevereiro, o ano letivo foi interrompido e uma em cada seis escolas apoiadas pelo Unicef, no leste da Ucrânia, foi danificada ou destruída este ano.
Centenas de escolas em todo o país foram atingidas por fortes artilharia, ataques aéreos e outras armas explosivas em áreas povoadas.
Os locais estariam sendo usados como centros de informação e abastecimento, abrigo ou até para fins militares, atrasando o retorno das crianças às aulas.
Ano passado, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução condenando ataques às escolas e defendendo o direito à educação. O Unicef pediu “coragem, disciplina e vontade política” para proteger as instituições de ensino no país.
A agência da ONU ressalta que a guerra na Ucrânia também impacta crianças de todo o mundo, que sofrem as consequências da alta no preço dos alimentos e combustíveis.
Mais evacuações
Já a vice-subsecretária-geral para Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, destacou o sucesso da operação de evacuação de civis, em Mariupol.
No entanto, ao citar que mais de 14 milhões de ucranianos fugiram de suas casas, desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, ela lembra que resgatar 600 pessoas somente na região ainda não é fazer o suficiente.
Joyce Msuya reforçou que, de acordo com o Direito Internacional Humanitário, as partes devem respeitar todas os civis e suas infraestruturas, como casas, escolas e hospitais.
Por isso, ela fez um apelo para que eles sejam poupados e novas evacuações sejam possíveis. Ela também pediu para que as partes removam as barreiras ao movimento de pessoal humanitário para garantir a prestação contínua de serviços de assistência em todo o país.