A inovação do setor digital cresceu 172% mais rápido em relação a outras áreas nos últimos cinco anos.
A informação consta do relatório da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Ompi, que ressalta o sucesso da vacina contra a Covid-19 como um modelo de cooperação que pode servir contra a mudança climática.
A crise de saúde impulsionou um aumento da demanda por novas tecnologias, respostas e soluções urgentes. Governos, setor privado, instituições de pesquisa e universidades uniram-se no mesmo propósito.
Para a Ompi, é preciso promover a inovação para se enfrentar o crescente problema das mudanças climáticas.
O sucesso da colaboração público-privada para identificar candidatos à vacina durante a crise de saúde demonstra como políticas harmonizadas podem ser úteis para gerar mudanças importantes.
Desafios como mudança do clima, redução da desigualdade, garantia da segurança alimentar, prevenção de pandemias demandam “um esforço coordenado em nível internacional na busca de uma solução.”
O relatório da agência revela que as tecnologias com motores de combustão, transporte e outras máquinas dominaram o cenário da inovação nas primeiras décadas do século passado.
As tecnologias biofarmacêuticas cresceram, graças aos produtos farmacêuticos na década de 1930 e às biotecnologias desde a década de 1990.
E nas últimas décadas do Século 20, houve uma grande mudança para tecnologias de informação e comunicação e semicondutores. O setor passou a representar um quarto de todas as patentes entre 1990 e 2010.
O século passado foi marcado por uma série de grandes impulsos inovadores, que resultou num aumento de 25 vezes no crescimento geral, ou 3% a cada ano.
Este avanço foi motivado por uma série de tecnologias como o crescimento para o dobro da inovação no setor de transportes, em apenas 30 anos.
Na área da medicina, a inovação mais que triplicou em apenas 30 anos até 1960, com 7% de todas as patentes, com uma taxa de crescimento anual de 5% nesse período.
O Brasil é mencionado na análise de inovações pelo potencial existentes em economias emergentes. No país conhecido pela pujança no setor agrícola, a Ompi ressalta que as tecnologias brasileiras neste setor podem ser consideradas relevantes e apropriadas para outras economias em desenvolvimento.
Um dos produtos nacionais são as matracas, os tratores brasileiros “particularmente bem adaptados a grandes áreas de lavoura e com plantadores de mão simples”.
O seu uso pode ser replicado em terras não cultivadas e em áreas agrícolas menores e dispersas de nações de baixa e média rendas.
O relatório defende ainda que deve aumentar o financiamento do governo para tecnologias alternativas.
Em países como França e Brasil, o investimento estatal é uma aposta para pesquisas em setores como energia nuclear e processamento do etanol.