O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu novamente nesta segunda-feira para tratar sobre os desdobramentos e escalada da violência na Ucrânia.
O representante da Organização para Segurança e Cooperação na Europa, Osce, falou aos membros do órgão e ressaltou que desde o início dos ataques, o continente voltou a viver o “horror da guerra”, que acreditava já estar no passado.
Do lado de fora do salão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, falou à jornalistas sobre os impactos que a agressão militar da Rússia contra o território ucraniano tem vem causando desde o início da violência.
O secretário-geral das Nações Unidas ainda fez um apelo para que os Estados-membros não aumentem gastos com forças militares e esqueçam os investimentos na ajuda humanitária.
Ele afirmou que a ajuda humanitária já chegou em pelo menos 600 mil pessoas e que o Fundo Central de Resposta de Emergências da ONU, Cerf, está enviando mais US$ 40 milhões para ajudar o país enquanto esperam mais financiamento.
No entanto, com a escalada do conflito, Guterres afirmou que o acesso está cada vez mais difícil e o fluxo de refugiados segue crescendo. Já são quase 3 milhões que deixaram o país e 2 milhões que estão deslocados internamente.
O secretário-geral ressaltou que a situação aumenta a vulnerabilidade de mulheres e crianças e cria “oportunidades para predadores e traficantes de pessoas”.
De acordo com o chefe da ONU, a guerra já está afetando a economia de diversos países, mas destacou especialmente as nações em desenvolvimento, que já estavam vulnerabilizados pela crise de saúde com a pandemia de Covid-19.
Guterres lembrou que a Rússia e a Ucrânia são grandes fontes de energia e produtores de alimentos, além de exportarem insumos para agricultura em outros países. Para ele, as disputas na região afetam os mais pobres e “planta sementes para ainda mais instabilidade”.
O secretário-geral da ONU disse ser “arrepiante” a crescente ameaça nuclear que a guerra tem causado. Ele reforçou que as instalações devem ser preservadas.
Nesta segunda-feira, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Rafael Mariano Grossi, afirmou que as informações recebidas do governo ucraniano apontavam que uma linha de energia necessária para retomar o fornecimento externo de eletricidade para a Usina Nuclear de Chornobyl foi reestabelecida.
O local, que está controlado pelos russos, ficado quatro dias sem abastecimento.
António Guterres ainda agradeceu os esforços de mediação de vários países, citando China, França, Alemanha, Índia, Israel e Turquia
Ao final, respondendo à pergunta de um jornalista sobre o fechamento do espaço aéreo ucraniano, o chefe da ONU explicou que, após análise, apoia a decisão de não seguir com o “dramático pedido” da Ucrânia já que poderia levar ao aumento dos conflitos e elevar a violência para uma escala para global.