O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial analisam, a partir da próxima semana, uma solicitação de empréstimo pela Ucrânia, que está sendo alvo de uma ofensiva militar da Rússia desde 24 de fevereiro.
Em comunicado conjunto, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, e o chefe do Banco Mundial, David Malpass, afirmaram que estão “profundamente chocados e tristes com as consequências humanas e econômicas arrasadoras” causadas pelo que eles chamaram da guerra na Ucrânia.
Ambos declararam solidariedade ao povo ucraniano e ressaltaram que o conflito já está afetando os países vizinhos. Segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, mais de 1 milhão de ucranianos já cruzaram as fronteiras para escapar dos bombardeios.
O Banco Mundial e o FMI avaliam o impacto da ofensiva sobre os refugiados, os demais países da região e o mundo. Eles também citaram as mortes de civis e a destruição da infraestrutura, além de um aumento no preço das commodities incluindo alimentos.
Na próxima semana, o Conselho Diretor do FMI deve se reunir para decidir sobre uma linha de crédito solicitada pela Ucrânia por meio do Instrumento de Rápido Financiamento.
O FMI anunciou um programa stand-by que colocará mais US$ 2,2 bilhões adicionais entre março até o fim de junho à disposição. Já o Banco Mundial está preparando um pacote de US$ 3 bilhões para apoiar a Ucrânia pelos próximos meses.
A primeira parcela de US$ 350 milhões deve ser aprovada pela direção do Banco, na próxima semana. O pacote da instituição inclui vários parceiros bilaterais e multilaterais de desenvolvimento.
Segundo ambas as entidades, essa é uma crise que afeta a vida e a existências das pessoas ao redor do mundo.
Numa nota separada, a relatora de direitos humanos* condenou o que ela chamou de incidentes de racismo e xenofobia na fronteira.
Xenofobia
Tendayi Achiume disse que isso vem ocorrendo com afrodescendentes, indiano, paquistaneses e pessoas do Oriente Médio que tentam fugir da Ucrânia. A relatora disse que recebeu vídeos e relatos documentando os casos. Muitos não estão sendo permitidos a entrar no abrigo de proteção contra bombardeios.
Há relatos de que várias pessoas não conseguem acessar seus respectivos Consulados. E alguns têm crianças de colo.
A relatora lembrou que a lei internacional exige proteção dos direitos humanos e não-discriminação.