A trégua está sobre a mesa, após a primeira rodada de negociações entre Moscou e Kiev, iniciada ontem, e que viu Putin deixar claras suas exigências, o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia, e a neutralidade de Kiev, cuja entrada na União Europeia, fortemente solicitada pelo presidente ucraniano Zelensky, chega hoje à sessão plenária do Parlamento Europeu, onde será votada uma resolução sobre o status de candidato da Ucrânia à União Europeia. Enquanto se aguarda outra rodada de conversações, a Europa fecha seu espaço aéreo à Rússia, Moscou faz o mesmo com 36 países incluindo a Itália e observadores da OSCE, Organização para Segurança e Cooperação na Europa, deixarão hoje Donetsk, controlada pelos separatistas.
À medida que a pressão militar sobre a Ucrânia se intensifica, o fluxo de refugiados continua. De ônibus, de trem, de carro. Muitas vezes a pé por quilômetros no frio, com crianças pequenas nos braços e bagagem embalada com pressa. A grande fuga é como um rio cheio: 500 mil pessoas já cruzaram a fronteira, segundo o ACNUR, a Agência das Nações Unidas para Refugiados. Na Polônia acima de tudo, e depois na Hungria, Moldávia, Romênia e Eslováquia. A Sérvia também está pronta para acolher 6 mil refugiados. Cerca de 100 mil pessoas fogem por dia: "pode se tornar a pior crise humanitária da Europa em décadas", diz Antonio Guterres, Secretário Geral da ONU.
Na quinta-feira em Bruxelas, os Ministros do Interior da UE darão luz verde à proteção temporária para migrantes: um visto de um ano, que fará com que os ucranianos que fogem da guerra, para todos os efeitos, sejam residentes legais na União Europeia. A diretiva introduz um sistema de distribuição voluntária: os refugiados escolherão para qual país ir. Eles poderão trabalhar, ter assistência médica, frequentar escolas e cursos de treinamento. A Itália aumentou a dotação do Fundo para emergências em 10 milhões de euros e organizou 13 mil lugares nos Centros de Recepção Extraordinários e outros 3 mil no Sistema de Recepção e Integração.