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Educação

Brasil integra avaliação inédita da OCDE sobre educação infantil

Entrada do Sesi como parceiro viabiliza a realização completa do estudo no País; estudo principal será iniciado em 2025

Publicada em 01/11/24 às 18:54h

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 Brasil integra avaliação inédita da OCDE sobre educação infantil
 (Foto: Divulgação)

O Serviço Social da Indústria (Sesi) é a mais nova patrocinadora do International Early Learning and Child Well-Being Study (IELS), estudo voltado à avaliação do desenvolvimento infantil no Brasil. A pesquisa, que conta também com o apoio do Conselho Nacional do SESI, teve adesão oficializada no último dia 31, em Fortaleza, em evento com o presidente do conselho, Fausto Augusto Junior, e o diretor superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi.

 

Criado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o IELS é um instrumento de avaliação holística de dimensões como linguagem, raciocínio matemático, autorregulação e habilidades socioemocionais de crianças na pré-escola que inclui também a escuta de famílias e educadores. No Brasil, o estudo coordenado pelos pesquisadores Mariane Koslinski e Tiago Bartholo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e liderado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, vai avaliar 250 escolas e cerca de 3 mil crianças de quase 100 municípios.

“A frequência à pré-escola influencia positivamente a trajetória escolar e está associada a melhores resultados nas etapas seguintes, além de ser um fator de proteção essencial para crianças em situação de vulnerabilidade social. O estudo será fundamental para que o Brasil desenhe estratégias educacionais voltadas para a redução das desigualdades”, explica Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. 

 

De acordo com Andreas Schleicher, diretor de educação da OCDE, “o aprendizado precoce cria o modelo para o aprendizado bem-sucedido ao longo da vida. O estudo IELS da OCDE é fundamental para entender como as trajetórias futuras das crianças são moldadas nos primeiros anos, por meio do desenvolvimento de habilidades iniciais em alfabetização, cálculo, resolução de problemas e empatia. Temos o prazer de reconhecer o interesse do Brasil no IELS e seu compromisso com a melhoria da equidade e dos resultados para todas as crianças do país”.

 

A mobilização do Sesi foi decisiva para garantir que a iniciativa fosse aplicada no Brasil até as etapas finais. A instituição se uniu ao B3 Social, Fundação Itaú Social, Fundação Lemann, Fundação Lia Maria Aguiar, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Instituto Beja, Instituto Tecendo Infâncias e Perfin Wealth Management para garantir os recursos necessários à realização do estudo. Além deles, Ticiana Rolim, empreendedora social, e Edson Queiroz, entraram como apoiadores da pesquisa. No total, a aplicação do IELS custará cerca de R$13 milhões.

 

“Apoiar uma iniciativa como esta é uma oportunidade para fortalecermos o compromisso com a educação integral, essencial em cada fase escolar. Uma formação sólida desde a infância não apenas prepara nossas futuras gerações para os desafios sociais e econômicos do país, mas também contribui para uma sociedade mais justa e equitativa. Ao participar desse processo, avançamos na construção de um futuro com oportunidades para todas as crianças, um legado que beneficia o Brasil como um todo,” afirma o professor e sociólogo Fausto Augusto Junior, presidente do Conselho Nacional do SESI.

Em maio desse ano (2024), a fase de pré-teste do estudo foi finalizada. Nessa etapa, participaram 30 escolas públicas e privadas de três regiões brasileiras (Norte, Nordeste e Sudeste), com avaliação de cerca de 350 crianças.

 

Assim como na fase de pré-teste, o IELS será mensurado a partir da aplicação de questionário sobre o desenvolvimento das crianças para famílias e professores das redes de educação infantil pública, privada e conveniada. Já a interação com as crianças será feita a partir de brincadeiras e histórias com auxílio de um tablet e o acompanhamento presencial de um pesquisador. 

“O Brasil possui poucos estudos sobre a aprendizagem das crianças na pré-escola e a desigualdade educacional na educação infantil. O IELS é o primeiro estudo em larga escala direcionado para o desenvolvimento infantil e possibilitará ampliar a compreensão sobre a infância brasileira”, destaca o diretor superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.
 

Instrumento para reduzir desigualdades 

 

Essa é a segunda onda da pesquisa e, além do Brasil, Holanda, Inglaterra, Azerbaijão, Emirados Árabes, China, Bélgica, Coreia do Sul e Malta participam dessa edição do IELS. A primeira onda foi realizada em 2018 e contou com a participação de três países: Inglaterra (Reino Unido), Estônia e Estados Unidos. 

 

Na época, os resultados mostraram que, aos 5 anos de idade, a diferença de desenvolvimento entre o grupo que vive em situação de pobreza e as demais crianças equivalia a doze meses de aprendizado a mais em aspectos cognitivos e emocionais, que incluem noções numéricas, linguagem, memória operacional, habilidades como autorregulação e flexibilidade mental.  

 

Esse dado do IELS, quando comparado ao Pisa dos mesmos países, ajudou a OCDE a enxergar a trajetória dos efeitos cumulativos da desigualdade. Ao somar o número de jovens de 15 anos com proficiência muito aquém do esperado para sua idade chegaram ao percentual de 4,8% do total, valor extremamente próximo ao do grupo infantil com menor desenvolvimento.

 

O estudo principal terá início em maio de 2025.

 

 

Sobre a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

Desde 2007, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal trabalha pela causa da primeira infância com o objetivo de impactar positivamente o desenvolvimento de crianças com até 6 anos e tornar esta causa uma prioridade do país. A Fundação atua por meio de duas estratégias, alavancar políticas públicas e ativar a sociedade para a primeira infância, com foco na promoção da educação infantil de qualidade, no fortalecimento dos serviços de parentalidade e na avaliação do desenvolvimento infantil.




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