Quando uma empresa começa a enfrentar dificuldades financeiras, uma das primeiras atitudes dos gestores é cortar custos de forma drástica. No entanto, há um padrão preocupante que se repete em muitas organizações: a suspensão do pagamento de impostos. Esse movimento, além de ilegal, pode agravar ainda mais a situação da empresa, gerando multas pesadas, juros e complicações jurídicas que podem resultar em um ciclo vicioso de insolvência.
Estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Associação Brasileira de Recuperação de Empresas (ABRE) apontam que, durante períodos de crise financeira, uma em cada três empresas no Brasil opta por parar de pagar impostos como forma de obter um alívio temporário de caixa. Embora essa estratégia possa parecer uma saída imediata, ela gera uma série de consequências negativas. Em muitos casos, o não pagamento de tributos cria um passivo fiscal crescente, que, no futuro, será muito mais difícil de ser resolvido do que as dívidas iniciais da empresa.
Fernando Rebello, CEO da Allotter Finanças, explica que "quando as empresas param de pagar impostos, elas não estão apenas adiando um problema, mas criando um passivo que pode se tornar intransponível. O fisco é implacável e a receita é muito mais difícil de recuperar do que qualquer outra dívida". Segundo Rebello, a falta de planejamento tributário e a decisão de adiar o pagamento de impostos em um momento de crise são os maiores erros cometidos pelos gestores.
Como evitar esse padrão e enfrentar a crise de forma estratégica?
Gustavo Passos, diretor da Allotter Finanças e especialista em recuperação financeira, afirma que o caminho para evitar a paralisação dos pagamentos tributários está no planejamento e na negociação. "Em situações de crise, é fundamental que os gestores busquem alternativas como a negociação de prazos com a Receita Federal e a adesão a programas de parcelamento de dívidas fiscais. Essas soluções permitem a regularização das pendências sem gerar multas tão pesadas e com condições mais acessíveis de pagamento", afirma Passos.
5 Passos práticos para a sobrevivência de uma empresa em crise de acordo com Gustavo Passos, da Allotter Finanças:
Evite o caminho da inadimplência tributária
A recomendação de Fernando Rebello é clara: "Em tempos de crise, é preciso pensar em soluções para salvar a empresa a longo prazo, e não em soluções de curto prazo que podem colocar tudo a perder. Parar de pagar impostos pode ser a gota d’água para a falência de uma empresa. Planeje-se, negocie e busque ajuda profissional."