Os Reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, FMI, destacam este ano a realidade financeira na recuperação da pandemia associada à perturbação gerada nos mercados pela guerra na Ucrânia. O conflito poderá reduzir o crescimento global em 2022 para 3,2% dos 4,1% iniciais.
Na abertura do Fórum Parlamentar Global 2022, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que uma das esperanças é o aumento da oferta de recursos.
Se isso acontecer, os preços começarão a cair imediatamente e a medida aliviará alguns dos encargos criados pela crise em termos globais.
Malpass já tinha confirmado a reação em cadeia à guerra: a economia global em retomada após a pandemia, problemas de suprimentos que criaram escassez e aumento na inflação.
Várias economias sofreram recessão ao mesmo tempo com a perda de capital, empregos e meios de subsistência num momento em que aumenta a inflação.
Nesta semana dois grandes eventos abordarão a Ucrânia e a segurança alimentar global na terça e quinta-feira. As “conversas específicas” envolverão países engajados nos esforços pelo fim da guerra.
Malpass declarou que o tamanho do financiamento e o papel de instituições como os parlamentos nessas questões requerem uma abertura e perspectiva diferentes.
Já a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, FMI, Kristalina Georgieva chamou a atenção para o anúncio sobre projeções mundiais de crescimento esperado.
Ela disse que a instituição deverá em 146 países baixar as projeções de crescimento para 2022. Eles representam 86% do Produto Interno Bruto, PIB, global.
Apesar disso, Georgieva acredita que na maioria das nações, o crescimento permanecerá positivo. A preocupação é com o retrocesso da recuperação, apesar de previsões de um final de ano com leve avanço.
A chefe do FMI destacou que a inflação é o maior perigo, numa realidade onde bancos centrais “têm as ferramentas para lidar com os sinais” e que algumas ações estão sendo tomadas.
Mas o maior sinal a ser observado é como essas condições financeiras mais apertadas “afetarão ainda a recuperação da Covid-19, prestando atenção a um eventual aprofundamento das forças econômicas”.
Os efeitos da pandemia exacerbados pelo impacto da guerra na Ucrânia fazem que países emergentes e economias em desenvolvimento levem muito mais tempo no retorno aos níveis pré-Covid-19.
O FMI destinou mais de US$ 170 bilhões em apoio financeiro aos membros, colocando cerca de US$ 1 trilhão ao dispor. Deste valor existem US$ 300 bilhões e o restante ainda se encontram disponíveis.
Fonte: Agência ONU News