O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta
segunda-feira (28) que o Brasil vai fazer uma portaria para garantir o acesso
de ucranianos ao passaporte humanitário brasileiro. O anúncio foi feito em
entrevista à rádio Jovem Pan e retransmitida nas redes sociais do presidente.
“Nós faremos todo o possível para receber o povo ucraniano”, destacou.
Segundo Bolsonaro, a portaria que vai regulamentar a entrada de ucranianos por
meio do passaporte humanitário deverá ser publicada nos próximos dias. O presidente
disse que o Brasil vai continuar com a postura neutra em relação ao conflito
entre Rússia e Ucrânia que teve início na última semana.
Nos últimos dias, o presidente já havia falado sobre o assunto, quando destacou
que o Brasil tem sido claro sobre sua posição “em defesa da
soberania, da autodeterminação e da integridade territorial dos Estados”.
Sanções
O presidente afirmou que não há previsão de imposição de
sanções do Brasil para a Rússia em decorrência do conflito. Conforme Bolsonaro,
o Brasil possui uma “dependência enorme” dos fertilizantes da Rússia e, em caso
de sanções, o agronegócio seria “seriamente afetado”. “Acredito que essas
sanções dificilmente prosperam”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a destacar o apoio do governo russo na
preservação da soberania da Amazônia em discussões internacionais e disse que,
sem os fertilizantes russos, o agronegócio brasileiro seria prejudicado, o que
poderia gerar insegurança alimentar e inflação de alimentos.
Bolsonaro falou ainda sobre as críticas do representante da Ucrânia no
Brasil e afirmou que o Brasil tem que ter o equilíbrio na relação entre os
países.
Resgate de brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que
chegaram hoje a Varsóvia, capital da Polônia, oito servidores do Itamaraty para
ajudar no processo de resgate dos brasileiros impedidos de retornar ao país por
causa do conflito entre Rússia e Ucrânia. “Esta força-tarefa enviará
destacamento a Lviv, na Ucrânia, onde será montado escritório de apoio aos
brasileiros que estão tentando deixar o país”, diz a publicação, em redes
sociais.